quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Compreendendo a Formação


O processo de construção do conhecimento se dá numa dinâmica de interação sujeito-realidade, de tal forma que se perceba o constante movimento, nas variadas formas de construir saberes e gerenciar a vida social. Os sujeitos do processo formativo sejam eles mediadores ou alunos, devem viver sua própria prática educativa, através dos seus encontros e desencontros. Precisa haver uma cumplicidade entre os envolvidos de tal forma que haja uma co-criação possibilitando tecer rede de relações em busca de parceria com autonomia na construção do saber.
O processo de formação se dá a partir do momento que o indivíduo percebe-se participante de um contexto, busca libertar-se de situações que o impede de mostrar suas potencialidades mesmo dentro de suas próprias limitações. Como afirma Paulo Freire “ Ninguém luta contra as forças que não compreende, cuja importância não mede, cujas formas e contornos não discerne”.
Da educação, espera-se um compromisso com a formação de pessoas autônomas, que possam responsabilizar-se por suas ações de forma consciente e coerente, com responsabilidades individuais e coletivas, isto é, uma formação fundamenta em saberes éticos e científicos, com valorização da prática. A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo. (FREIRE, 1996).
E ainda Citando Freire (1996):
Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Formação da Aprendizagem

           O conceito de formação deriva da palavra latina formatĭo. Trata-se da ação e do efeito de formar ou de se formar (dar forma a/constituir algo ou, tratando-se de duas ou mais pessoas ou coisas, compor o todo do qual são partes).

Formação no seu contexto geral significa conjunto de atividades que visam a aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de atividade econômica. Todo processo de formação implica alguma aprendizagem. A aprendizagem indica simplesmente que alguém veio a saber algo que não sabia: uma informação, um conceito : uma aprendizagem só é formativa na medida em que opera transformações na constituição daquele que aprende. É como se o conceito de formação indicasse a forma pela qual nossas aprendizagens e experiências nos constituem como um ser singular.
O processo de formação da aprendizagem busca cada vez mais formas interativas e participativas com o objetivo de despertar o elemento ativo e criador, permitindo possibilidades para a promoção e construção do conhecimento. Como diz o Professor Roberto Sidnei transformar em realidades significativas para o sujeito, isto nos faz refletir que a formação deve ser gratificante ao sujeito, deve permitir possibilidades de mudar a realidade em que se encontra facilitando as habilidades criadoras inerentes ao sujeito.
O processo de formação deve permitir relações recíprocas, onde aconteça troca de experiências e conhecimentos, isto é, o processo de formação por meio da interatividade permite alcançar uma dimensão coletiva fortalecendo a individualidade. Isto se reforça  quando a formação é vista como uma prática social onde sujeitos se relacionam e se valorizam dentro de um contexto social.
Observando a realidade, percebemos como a formação que acontece intencional, sem imposições contra o que cada um acredita, flui de forma mais significativa, isto é, a construção de saberes coletivos permitindo uma consciência ética e verdadeira, sem subterfúgios.
A aprendizagem para constituir-se formação necessita fazer sentido na vida e transformar o cotidiano. A página da vida é construída com interações e relações contínuas, na prática das ações do dia a dia.
Relembrando que formação significa conjunto de atividades que visam a aquisição de conhecimentos, transformando o dia a dia.  Vamos reviver Fernando Pessoa em o Guardador de rebanhos:

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
que tem uma criança se, ao nascer,
reparasse que nasceras deveras...
Sinto-me nascido a cada momento 
Para a eterna novidade do Mundo...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

INTERATIVIDADE

Interatividade
lununesbr.blogspot.com  
Vejam que interessante a imagem de dois computadores unidos pelo aperto de mão. A simbiose interativa das maquinas ,reflete a dinâmica da integralidade dos agentes responsáveis pela transmissão dos saberes. Havendo assim uma troca constante do conhecimento,através da democratização da aprendizagem,Homem -maquina.
[...] um produto, uma comunicação, um equipamento, uma obra de arte, são de fato interativos quando estão imbuídos de uma concepção que contemple complexidade, multiplicidade, não linearidade, bidirecionalidade, potencialidade, permutabilidade (combinatória), imprevisibilidade, etc., permitindo ao usuário-interlocutor-fruidor a liberdade de participação, de intervenção, de criação (SILVA, 2001, p.100).
Tendo como base esta citação anterior e analisando o que a figura nos coloca, a interatividade é uma relação onde a tecnologia é ponto importante na relação homem-máquina, permitindo uma relação de troca, proporcionando novas experiências, conhecimentos e  cocriações. Citando  Macedo ( 2011) " compreender que aprender significa transformação co-construída, seja nos âmbitos intelectual, cognitivo e afetivo".

Referências:

MACEDO, Roberto Sidnei. Aprendizagem e formação: Aprofundamento e conexões contemporâneas. Oficina para mediadores de educação permanente em saúde. Caderno de leitura. Unasus-Bahia. Salvador, 2011.

SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet. 2º ed. 2001


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Interatividade



Interatividade
redesocial.unifreire.org
Interatividade e EAD

Estamos vivenciando um enorme avanço tecnológico que vem facilitando a difusão de conhecimentos e contribuindo para a transmissão da informação de forma abrangente e veloz, mas temos que estar atentos como acontece a dinâmica da aprendizagem. Também veloz? Este espaço novo aberto para o conhecimento permite o crescimento de todos os participantes? Acontece interatividade?
A interatividade acontece quando a emissão e a recepção cocriam juntos, deixando o receptor de ser apenas um expectador da mensagem. E esta dinâmica permite as emissões de opiniões e reflexões que podem ser criadas juntas, formando uma criação conjunta, mantendo uma relação de construir juntos, professor e alunos compartilhando idéias, interagindo, cocriando conhecimentos.
A web veio permitir esta cocriação tanto presencial como on line. A educação a distância permite esta interface do conhecimento, aproximação entre os professores e alunos, avançando na comunicação possibilitando a participação dos sujeitos em tempo real, mesmo estando separados pelas barreiras do espaço.
Nos tornamos um outro tipo de leitor, um leitor que deve ver e interagir com a obra para que haja acontecimento, tornamo-nos exploradores, pois perdemos a posição de receptores, própria da comunicação clássica, e somos convidados à livre criação, de forma que a informação ganha mais sentido sob nossas intervenções. (LEMOS, 2004).
A educação a distância, permite uma comunicação interativa onde grupos se reúnem e comunicam-se trocando experiências que permite a utilização de técnicas de aprendizagem baseadas na problematização da prática, com possibilidade, inclusive , de utilização de tecnologias (vídeo, internet). Segundo Lévy apud Araújo et al (2007, p.3), caracteriza a criação de um espaço virtual de vivência entre humanos e informação e, ainda, o permanente estado de mudança dessas informações em virtude da atualização e da intervenção dos usuários/aprendentes.
Os cursos a distância com o apoio das tecnologias de informatização e comunicação se tornam progressivamente mais ricos, onde o educando tem a oportunidade de trazer para temas inovadores, atuais de relevância para a aprendizagem podendo assim ter um enriquecimento do conhecimento individual ao passo que interage com o coletivo. Ainda o tempo será dedicado a atividades de aprendizagem baseadas em leituras, compreensão de textos, tirar dúvidas e realizar processos de avaliação de compreensão de conteúdo.
Os cursos on line no mundo globalizado vem possibilitando a oferta de conhecimento em todas as áreas, permitindo interação de conhecimento com diferentes culturas, realidades sociais, onde o objetivo da educação seja voltado para a autonomia no trabalho, na política, nas relações sociais. Fundamento isto citando Freire (1996, p.66) que afirmava que respeito á autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.
Afirmava ainda que: Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente com esse saber (FREIRE, 1996, p.67).
Encontro na EAD esta possibilidade de permitir ao educando autonomia no estudo, porém precisa-se de motivação, necessita autodisciplina, autonomia do estudante, disponibilidade de tempo, leitura dos textos, realização de tarefas, comunicação através das mensagens, dos fóruns, chat enfim, uma aprendizagem colaborativa onde grupos de pessoas com interesses comuns, reúnem em um ambiente virtual que permite uma aprendizagem dinâmica, adequando tempo e espaço Interagindo com pessoas de lugares diferentes.

Referências

ARAÚJO, Maristela Midlej Silva de. O pensamento complexo: desafios emergentes para a educação on-line. Rev. Bras. Educ. vol.12 nº.36 Rio de Janeiro Sept./Dec. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782007000300010 > Acesso em: 22 de mai. 2010

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.


LEMOS, A. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto alegre: Sulina, 2004.


SALES, Mary Valda Souza. VALENTE, Vânia Rita. ARAGÃO, Cláudia. Educação e Tecnologias da Informação e comunicação. Salvador: UNEB/EAD, 2010.